O trabalho apresentado tem como base uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de visitas a escolas públicas e privadas. Observou-se que não existe um sistema informatiza para gerenciar informações de atividades escolares de estudantes no espectro autista. Essa ausência de sistematização também se aplica às informações emocionais, especialmente no que se refere às crises enfrentadas por esses alunos durante o período escolar.
Atualmente, os registros existentes se limitam a documentos relacionados aos conteúdos escolares (adaptados ou não) e, eventualmente, a relatos de ocorrências comportamentais — geralmente elaborados após crises emocionais que geram impacto no ambiente escolar. Esses documentos, no entanto, não são integrados a um sistema acessível, o que dificulta o acesso e o compartilhamento de informações entre os profissionais que acompanham o aluno.
Como consequência, um novo professor, por exemplo, não tem acesso prévio ao perfil do aluno autista que irá receber em sala de aula, o que dificulta tanto o planejamento pedagógico quanto a preparação para lidar com eventuais crises emocionais. Isso impacta diretamente na qualidade de vida do aluno, pois torna-se difícil identificar suas necessidades e agir de forma preventiva e adequada.
Essas constatações baseiam-se em conversas e percepções de profissionais da educação, muitos dos quais não puderam formalizar entrevistas devido a receios ou restrições relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Diante desse cenário, foi desenvolvido um aplicativo que visa registrar as atividades escolares dos alunos autistas, detalhando o processo, as dificuldades e facilidades encontradas. O sistema também permite registrar crises emocionais, com informações sobre o tipo de crise, possíveis causas e formas de abordagem.
O aplicativo possibilita a construção de um histórico detalhado da vivência escolar do aluno, que pode ser compartilhado com todos os envolvidos no processo educacional,