Os microplásticos compõem um grupo de contaminantes emergentes que podem derivar de fontes diversas. Desse modo, a comunidade científica vem sugerindo novas metodologias para remover microplásticos de matrizes aquáticas contaminadas. Contudo, devido à carência de rotas analíticas padrão para quantificar essas micropartículas, torna-se difícil avaliar a eficiência dessas metodologias.
Tendo em vista essa problemática, o presente projeto tem como proposta desenvolver um método quantitativo para microplásticos com base na espectrofotometria, visando avaliar a eficiência de uma membrana na filtração destes.
Com esse intuito, suspensões padrão de micropartículas de poliestireno foram produzidas por meio do método de emulsificação O/A e evaporação de solvente. A presença de microplásticos foi confirmada com auxílio de um feixe de luz polarizada e caracterizada por meio do microscópio óptico. Para a análise quantitativa, uma varredura foi realizada no espectro visível e o comprimento de onda de máxima absorbância, 400 nm foi selecionado, sendo que menores comprimentos de onda foram associados a valores maiores para absorbância. Em seguida, cinco suspensões diluídas foram analisadas contra uma suspensão em branco para construir uma curva analítica, cujo valor de R2 foi igual a 0,9988.
Ademais, 3 mL da suspensão padrão foram filtrados em papel de filtro qualitativo e em filtro de seringa. Os filtrados foram analisados em espectrofotômetro a 400 nm a fim de determinar a eficácia dos métodos de remoção. O filtro de seringa proporcionou 91,20% de remoção, enquanto o filtro qualitativo alcançou apenas 8,40%.
Pretende-se ainda elaborar uma curva analítica com mais pontos, para maior confiabilidade, e testar ououtros métodos de remoção de microplásticos. Espera-se que este trabalho contribua para avaliação de novos métodos de remoção de microplásticos de efluentes e para mensuração dos níveis de contaminação de efluentes por micropartículas poliméricas.