O uso de agrotóxicos no controle de pragas vem se intensificando no decorrer dos anos, teve início com substâncias químicas a base de cobre e arsênio, porém com o passar do tempo, evoluiu para o uso intensificado de organoclorados, e atualmente são utilizados diversos agrotóxicos incluindo o Malathion. Esse inseticida é muito utilizado no agronegócio brasileiro, atua no bloqueio da enzima acetilcolinesterase (AChE), porém sua aplicação de forma excessiva vem gerando graves impactos ambientais, como a contaminação do solo, da água e do ar, além de acarretar sérios danos à saúde humana. Processos naturais ou industriais como a lixiviação e atitudes antrópicas, como a maneira incorreta de descarte de embalagens, intensificam essa contaminação. Outro resíduo gerado durante o processo sucroalcooleiro é o lodo residual da decantação da vinhaça que é gerada através do processo da produção do álcool, estudos apontam que esse resíduo enfrenta graves problemas no âmbito de descarte, onde muitas vezes ocorre desperdício da matéria que poderia ser utilizada para diversos fins mais sustentáveis e até mesmo pode ocorrer contaminação do solo devido ao descarte incorreto, portanto é de suma necessidade o desenvolvimento de pesquisas que buscam desenvolver métodos de tratamento mais sustentável para esse resíduo. Uma alternativa promissora é a carbonização hidrotermal (HTC), um método eficiente e de baixo custo, que transforma resíduos orgânicos em hidrocarvão, material carbonáceo que pode ser utilizado como combustível sólido, adsorvente e condicionador de solo. Esse processo ocorre em meio aquoso, sob altas temperaturas, impulsionando diversas reações, assim ocorre a valorização dos resíduos agrícolas e a diminuição de seus impactos ambientais. Logo, o hidrocarvão produzido busca melhorar a qualidade de vida da população e promover uma economia produtiva, apresentando significativa adsorção do Malathion em recursos hídricos.